Educação

Programa Se Liga! aposta em aprendizagem conectada à realidade dos alunos no Litoral

Programa Se Liga! aposta em aprendizagem conectada à realidade dos alunos no Litoral
Publicado em 16/12/2025 às 15:27

No Colégio Estadual do Campo Ilha Rasa, em Guaraqueçaba, no Litoral do Paraná, cerca de 100 alunos participam desde outubro de atividades do programa Se Liga! É tempo de aprender mais!, que transforma a recuperação de conteúdos em experiências práticas, interdisciplinares e conectadas à realidade das comunidades insulares.

As ações fazem parte da iniciativa da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) criada em 2019 com o objetivo de fortalecer a aprendizagem dos estudantes da rede estadual que apresentaram dificuldades ou defasagens ao longo do ano. O programa atende alunos do ensino fundamental, médio, profissionalizante e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e acontece nas últimas semanas do ano letivo em todas as escolas do Estado.

O Se Liga! organiza suas ações em três frentes complementares para apoiar a aprendizagem dos estudantes. A recuperação é voltada àqueles que não atingiram a média necessária, com retomada dos objetivos essenciais por meio de metodologias ativas, atividades práticas e avaliações diferenciadas. O reforço atende alunos com dificuldades pontuais, focando na revisão de conteúdos pré-requisitos para o ano seguinte, com propostas desafiadoras e aprendizagem baseada em problemas.

Já o aprofundamento acontece por meio da monitoria entre pares, em que estudantes atuam como tutores, apoiando colegas com defasagens e vivenciando, na prática, o papel do professor.

O secretário Estadual da Educação, Roni Miranda, explica a importância do programa para garantir que o aluno inicie o próximo ano sem nenhuma pendência. “Nosso objetivo é assegurar que os conteúdos trabalhados ao longo do ano sejam realmente compreendidos, retomando aprendizagens essenciais, esclarecendo dúvidas e fortalecendo as bases necessárias para que os alunos iniciem o próximo ano letivo com mais segurança e preparo. É um trabalho que respeita o ritmo de cada estudante e oferece as condições para que todos avancem”, destaca.

O diretor do Colégio Estadual do Campo Ilha Rasa, Aramis Oilke Barbosa, conta que as atividades do programa são pensadas para deixar o aprendizado mais leve e dentro da realidade da região. “Essa recuperação de conteúdo sai um pouco da rotina da avaliação formal, de fazer perguntas e de ficar só no papel. A gente traz isso para trabalhar os conteúdos dentro da realidade dos alunos, que residem nas ilhas da região”, explica.

“A gente consegue associar as atividades com os conteúdos programáticos da Seed-PR com a realidade do estudante. Uma das professoras levou os alunos no mangue para tirar caranguejo. Essa experiência mostra além do trabalho, mas como a ciência e matemática estão ali dentro ou sobre o ecossistema e eles podem fazer um estudo de caso. Existe toda uma estrutura pedagógica por trás de cada atividade”, complementa.

Foto: Seed

ATIVIDADES – A professora de Matemática Cíntia Emíli Lopes da Silva conta que a prática ajuda no entendimento e na fixação do conteúdo. “Além de ser dinâmico, eles nunca esquecem. Por exemplo, o ‘morto vivo da classificação dos ângulos’ envolve a famosa brincadeira de morto-vivo, porém, ao invés de ficar em pé ou se abaixar, os alunos devem fazer com os braços o ângulo anunciado pelo comandante, como agudo, obtuso, reto e raso, e aqueles que errarem o ângulo são eliminados”, afirma.

No “mercadinho”, outra dinâmica, os alunos trabalham o sistema monetário com operações com decimais, em que cada um recebe um valor diferente e tem que administrar para não faltar na hora das compras.

Na atividade interdisciplinar “Mapas das comunidades – demarcação de sambaquis”, os alunos participaram de uma proposta que une Matemática, Geografia e História a partir do estudo do território de Guaraqueçaba. Cada estudante desenhou o mapa da própria localidade e realizou a demarcação dos sambaquis, compreendendo a importância histórica, cultural e ancestral desses sítios. Para isso, utilizaram o plano cartesiano e ferramentas digitais como o GeoGebra e o Google Earth, que ajudaram na localização e na representação espacial dos pontos no território.

Já a atividade “Conhecimento Caiçara: construção de gráficos/tabelas” integrou Matemática e Língua Portuguesa a partir do levantamento de dados sobre as comunidades das ilhas. Os alunos pesquisaram o número de moradores, os peixes mais pescados e as épocas de pesca, organizaram essas informações em tabelas, gráficos e porcentagens e, em seguida, explicaram os resultados por meio de textos, destacando a importância de cada atividade para a comunidade.

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